No facebook existe um grupo denominado Boxers Europeus no Brasil que como o seu nome indica está dedicado aos exemplares de raça boxer, de linhas europeas.
Um dos responsáveis pelo grupo é o Sr. Romero Tavares da Silva, criador de boxers com o afixo Filipéia Boxers.
Tomei a liberdade de colocar algumas questões ao Sr. Romero, cuja respostas de seguida transcrevo. Quero portanto agradecer a sua amabilidade em responder às perguntas do Blog do Boxer. É um gesto que nos permite aos boxeristas deste lado do Atlántico, ter uma visão mais nítida do boxerismo brasileiro.
Qual é a sua ligação a raça boxer?
Meu primeiro casal de boxers foram Panzer e Hardie. Panzer era um macho sem grandes qualidades morfológicas e Hardie uma fêmea filha de um boxer do canil Jacquet. Pecebi que não teria muito sucesso nos ringues com Panzer. Hardie chegou a ser campeã jovem, antes que eu desistisse da carreira de ambos. Eles viveram dez anos comigo. Panzer faleceu e infelizmente um mês depois foi a vez de Hardie.
Em casa ficamos todos tão abalados que resolvi nunca mais criar cães. Quatro anos mais tarde, numa viagem familiar, a casa foi assaltada e decidí voltar a adquirir boxers. Durante três anos tive exemplares de linhagem americana, que como sabem, predomina no Brasil.
Praticamente só tive boxers oriundos do Canil Sunland, que eu mesmo os apresentava. Uma de minhas cadelas que eu apresentei: Diva Denevi Sunland BR, chegou a ser Campeã, Grande Campeã e Campeã Panamericana.
Quando foi que teve o seu primeiro boxer europeu?
Em fevereiro de 2012 chega a minha casa Jir Pia Torino. Em agosto de 2012 trouxe Jir Pia Xesca, ambos de Montagut, Catalunha, Espanha.
Já teve alguma ninhada de boxers europeus?
Sim, em fevereiro de 2014, nasceu uma ninhada exclusivamente de linhagem europeia em meu canil, filhos de Jir Pia Torino X Jir Pia Xesca.
Quantos boxers europeus há no Brasil?
Na década passada, numa iniciativa isolada, foram importados cerca de dez boxers holandeses por um criador brasileiro.
Essa iniciativa não foi capaz de difundir a linhagem de boxers europeus no Brasil. Mais recentemente, foram importados boxers europeus por vários criadores. Nomeadamente em 2015 diversos cães foram importados. Tanto quanto sei, até o ano 2013 viviam no Brasil os seguintes boxers europeus:
- Ibsen do Vale do Lethes ( Nobel do Sul X Janga do Casal de Lemos)
- Notorius di Casa Bigi (Ben del Gran Mogol X Carol di Casa Bigi)
- Lenda do Vale do Lethes (Tino del Colle del´Infinito X Quira do Sul)
- Touareg di Casa Vernice (Ippolito del Colle Del´Infinito X Brait´s Flash of the Night)
- Allure de Canirutilus (Bacchus da Ribeira Regia X Erwin de Aarõn del Tajo)
- Seedorf de Lareanus
- Jir Pia Torino (Denver de Kukuarri X Rolls Royce de Jir Pia)
- Jir Pia Xesca (Percy Optima Grata X Zafira dela Cadormare)
- Chiara di Casa Lucrezia (Skipper di Casa Lucrezia x Rumba di Casa Lucrezia)
Quais são as dificuldades que enfrentam os criadores de boxers europeus?
Existem poucos exemplares dessa linhagem, que foram importados sem seguir um plano global. Regra geral eles não têm parentesco e portanto os acasalamentos são do tipo outcross. Como já referi, têm sido feitas muitas importações e o lote de europeus no Brasil está a aumentar. Desta forma, será possível fazer acasalamentos mais próximos geneticamente e simultaneamente teremos mas alternativas de escolhas de padreadores.
Como vislumbra o futuro dos boxers europeus no Brasil?
Os boxers europeus começaram a ser difundidos com maior intensidade no Brasil, propiciando ao plantel brasileiro algumas características bem específicas como são as cabeças mais imponentes, a substância e o temperamento. Alguns criadores tem tido sucesso com essa combinação e alguns boxers oriundos dessa combinação também estão a ter sucesso.