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Quarta-feira, 25 de Novembro de 2015

3º Encontro Nacional de Boxers

No próximo dia 29 de Novembro irá ter lugar na cidade do Porto o 3º Encontro Nacional de Boxers. Das 11:00 às 16:00 os amantes dos boxers podem comparecer no parque Oriental.

Esta iniciativa partiu de um grupo de amigos unidos pelo amor a raça dos nossos corações. Para além de poder trocar experiências, esta reunião também serve para colectar dádivas para a Boxer Rescue Portugal. Quem desejar contribuir com alimentos, mantas, brinquedos, remédios, etc., pode aproveitar este lindo momento para ajudar aos boxers resgatados. Todos as ajudas são bem-vindas.

Este encontro de boxeristas é o terceiro que ocorre em 2015. Os outros encontros tiveram lugar em Julho e Setembro, nas cidades do Porto e Coimbra, respectivamente.

ImagemEncontro.jpg

Todas as informações estão disponíveis no site do:

 3º Encontro Nacional de Boxers

 

publicado por Blog do Boxer às 20:43

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Terça-feira, 17 de Novembro de 2015

Doenças cardíacas no Boxer – Parte I – Sopros Cardíacos

baner.jpg

 

 INTRODUÇÃO

Os Boxers são considerados como uma das raças de cães mais predispostas para doença cardíaca (1). No entanto, nem todos os Boxers com um sopro cardíaco têm doença cardíaca. Para facilitar a discussão das doenças cardíacas dos Boxers, irei falar primeiro no significado dos sopros cardíacos em cachorros. Na segunda parte desta publicação irei abordar as estenoses congénitas dos grandes vasos cardíacos, geralmente associadas a esses sopros. Na terceira parte desta publicação falarei das doenças do miocárdio (cardiomiopatias), explicando o que se entende por “cardiomiopatia do Boxer” e as suas diferenças para a cardiomiopatia dilatada mais típica em outras raças.

 

SOPRO CARDÍACO EM CACHORROS – INTRODUÇÃO

A identificação de um sopro cardíaco num cachorro, durante a primeira consulta para vacinação que ocorre geralmente entre as 5 e as 8 semanas de idade, é um achado muito frequente. Importa primeiro esclarecer o que é um sopro cardíaco. A auscultação normal dos cães (assim como a dos gatos, humanos e restantes mamíferos) é constituída por dois sons bem distintos, intercalados por momentos de silêncio (pausa sistólica e pausa diastólica). Quanto menor for a frequência cardíaca (por exemplo em raças gigantes, em humanos ou em mamíferos de grande porte) mais fácil é identificar com clareza ambos os sons. O primeiro som (S1) corresponde ao início da sístole e ao fecho das válvulas atrioventriculares (mitral e tricúspide); o segundo som (S2) corresponde ao final da sístole e ao fecho das válvulas semilunares (aórtica e pulmonar).

 Figura1.jpg

Quando auscultamos um sopro ele ocupa os momentos de pausa entre os sons cardíacos (um sopro sistólico é audível entre S1 e S2; um sopro diastólico é audível após S2). É importante realçar que um sopro cardíaco surge quando temos uma ou duas das seguintes alterações: aumento de velocidade e/ou turbulência do fluxo sanguíneo no interior do coração ou grandes vasos. Os sopros cardíacos são classificados em graus de intensidade, como ligeiros (grau I e II), moderados (grau III e IV) e intensos (grau V e VI). 

 

QUAL O SIGNIFICADO DE UM SOPRO CARDÍACO DETECTADO NUM CACHORRO?

Em termos clínicos, dividimos os sopros em 2 tipos bem distintos, quanto à sua causa: sopros “fisiológicos” (também chamados “benignos” ou “inocentes”) e sopros cardíacos provocados por doença cardíaca. A distinção só é possível realizando exames cardíacos e outros exames complementares para descartar as causas fisiológicas de sopro. Os sopros “fisiológicos” são os sopros que não estão relacionados com qualquer doença cardíaca identificável. Surgem geralmente em consequência de doenças extra-cardíacas que provocam alterações na viscosidade sanguínea (anemia, hipoproteinémia) ou na contractilidade cardíaca/velocidade de fluxo (hipertiroidismo). Em animais muito jovens podem igualmente surgir sopros considerados “inocentes”, para os quais não se consegue associar doença cardíaca ou sistémica como causa. Estes sopros desaparecem ao longo do crescimento do animal. Todos os sopros de origem extra-cardíaca são geralmente sopros sistólicos de baixo grau. 

Figura2.jpg

Os sopros cardíacos verdadeiros, resultantes de alterações estruturais no coração, têm geralmente uma intensidade ou grau variável, mas tendencialmente elevado. São exemplos destes sopros os que resultam de estenoses congénitas dos grandes vasos (sopro sistólico de ejecção no início da sístole), de insuficiência mitral (sopro sistólico ao longo de toda a sístole) ou de insuficiência das válvulas semilunares (sopro diastólico de baixa intensidade).

OS SOPROS DOS BOXERS TÊM ALGUMA PARTICULARIDADE?

Um estudo de 2010 (2) sobre sopros em cachorros desta raça, comprovou que existem diversos casos de sopro sem que haja estenose dos grandes vasos ou alteração estrutural identificável. Neste estudo, em 309 Boxers auscultados, 82 tinham um sopro cardíaco na base do coração (local de auscultação de estenose aórtica e pulmonar). No entanto, depois de realizada a ecocardiografia, verificou-se o diagnóstico de estenose aórtica em 25 animais e estenose pulmonar em 10. Ou seja, dos 82 Boxers com sopro, “apenas” 35 tinham uma forma de estenose congénita. Um estudo de 2003 já tinha levantado esta hipótese, embora analisando apenas estenose aórtica (3) Existe portanto uma probabilidade real de auscultarmos um sopro na primeira consulta e ele não ter significado clínico relevante. Isto é válido particularmente para os sopros de baixa intensidade (I e II). A partir do grau III a probabilidade de o animal sofrer de estenose dos grandes vasos é mais elevada. A causa destes sopros não associados a estenose deve ser avaliada caso a caso, mas é geralmente irrelevante em termos clínicos; pode estar associada a diâmetros próximos de estenose ou a pequenos defeitos no septo atrial, como sugerido por um estudo de 2006 (4).

É muito importante que todos os cachorros de raça Boxer sejam auscultados pelo menos uma vez em ambiente adequado, até aos dois meses de idade. Qualquer sopro de grau III a VI deve ser encaminhado imediatamente para investigação adicional por ecocardiografia. Os sopros de grau I e II devem ser reavaliados na altura da revacinação mensal e ser então recomendados para ecocardiografia caso persistam ou aumente o seu grau.

Todos os criadores e proprietários de Boxers devem estar informados quanto ao verdadeiro significado de um sopro mas nunca devem desvalorizá-lo, dado que ele pode significar uma alteração congénita grave que poderá vir a afectar não só o próprio animal como a sua descendência. 

 

  1. Oliveira P, Domenech O, Silva J, Vannini S, Bussadori R, Bussadori C. Retrospective review of congenital heart disease in 976 dogs. Journal of veterinary internal medicine / American College of Veterinary Internal Medicine. 2011;25(3):477-83.
  2. Hopfner R, Glaus T, Gardelle O, Amberger C, Glardon O, Doherr MG, et al. [Prevalence of heart murmurs, aortic and pulmonic stenosis in boxers presented for pre-breeding exams in Switzerland]. Schweizer Archiv fur Tierheilkunde. 2010;152(7):319-24.
  3. Koplitz SL, Meurs KM, Spier AW, Bonagura JD, Fuentes VL, Wright NA. Aortic ejection velocity in healthy Boxers with soft cardiac murmurs and Boxers without cardiac murmurs: 201 cases (1997-2001). Journal of the American Veterinary Medical Association. 2003;222(6):770-4.
  4. Chetboul V, Trolle JM, Nicolle A, Carlos Sampedrano C, Gouni V, Laforge H, et al. Congenital heart diseases in the boxer dog: A retrospective study of 105 cases (1998-2005). Journal of veterinary medicine A, Physiology, pathology, clinical medicine. 2006;53(7):346-51.
publicado por Blog do Boxer às 20:59

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Terça-feira, 3 de Novembro de 2015

A apresentadora Maya fala dos boxers

Hoje tive a oportunidade de escutar o testemunho da conhecida apresentadora Maya, sobre a nossa raça. Sem dúvidas é uma opinião que todos os amantes dos boxers partilhamos.

Fica aqui o video da Maya no programa Manhã CM, da CM TV.

 

 

publicado por Blog do Boxer às 16:56

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Terça-feira, 2 de Junho de 2015

Uma Vitória Portuguesa na ATIBOX 2015

No último fim de semana o Sr. Paulo Fernandes, criador de boxers com o afixo D'Anteikan conseguiu vencer a classe de Grupo de Criador, na exposição ATIBOX 2015.

Paulo2.jpgEste é um feito notável. Lembro que a última vez que um criador português conseguiu este troféu, foi na ATIBOX 2000 em Espinho, Portugal. Nessa ocasião a vencedora foi a Sra. Lilian Roucoules com o afixo Vallée D'Oulja.

Premio.jpg

Também na década de oitenta a Sra. Margarida Correia venceu o Grupo de Criador numa ATIBOX, com exemplares do seu afixo: Chipema.

Sobre o impacto na criação boxerista, na década de oitenta, dos exemplares registados com os afixos Chipema e Vallée D'Oulja, é possível consultar o nosso artigo Os Filhos de Blacky 

Decidimos colocar algumas questões ao Sr. Paulo Fernandes e quero agradecer a amabilidade das suas respostas.

Como foi que se interessou pelos boxers?

A realidade é que desde pequeno que adoro cães, até fui mordido por um... mais nunca tive medo deles! O interesse pelos boxers surgiu na minha adolescência quando uns amigos adquiram uma boxer fêmea e como eu frequentava a casa deles, depressa descobri que as características do boxer se identificavam comigo.

Quando foi a sua primeira ninhada?

A minha Ninhada A nasceu 1 ou 2 anos depois de ter registado o afixo, sem qualquer experiencia, tive o suporte de um criador que me vendeu os 2 primeiros exemplares e que no fundo hoje é um grande amigo.

Como criador quais tem sido as principais dificuldades que tem encontrado?

As dificuldades começaram logo no início quando achei que ser criador era adquirir 2 exemplares e criar. As coisas não correram bem! Não sabia que existia um estalão para o Boxer e achei que comprando um casal chegava para criar!
Logo, começou mal porque adquiri 2 exemplares em casas diferentes, através do jornal, e depressa comecei a ver que ambos tinham problemas....escrevi para o Boxer Club de Portugal  e tive a sorte de um dos elementos viver perto de mim e deslocar-se para ver os meus exemplares. Depressa chegámos á conclusão que o que tinha em casa eram cães, mas não boxers.
Mais tarde então adquiri um exemplar num criador registado e ai sim com ajuda do criador comecei a dar os primeiros passos e a aprender sobre Boxers! Agora, a dificuldade é coordenar o esforço de manter os meus exemplares saudáveis com o de criar dentro das linhas de sangue que sempre me propus para criar e que mantive ao longo destes anos!
Independentemente de tudo, eles são a minha família!

Quais tem sido os principais resultados dos exemplares criados por si?

Essa é uma pergunta interessante, porque para mim todos os resultados são principais! Quando começo um ano, proponho a mim mesmo objectivos a atingir e claro que ao longo destes anos tive vários prémios importantes e com destaque. Ter um exemplar que foi melhor boxer do Clube da Raça por várias vezes é algo que nos enche o orgulho! Ter Exemplares que têm vários títulos, sim, também nos enche o orgulho!
Agora o topo máximo foi o titulo de Campeã do Mundo FCI que para mim foi a cereja no topo do bolo! E claro, agora o primeiro lugar na Classe de Grupo de Criador da exposição ATIBOX, é algo que vem na sequencia do trabalho que tenho feito!

O que é o campeonato ATIBOX?

Para simplificar e para que todos possam ter uma ideia do que é, resume-se ao Campeonato do Mundo dos Boxers e que se realiza 1 vez por ano em países diferentes.

geral.jpg 

Em 2015 onde foi realizada a exposição ATIBOX?

Foi numa cidade na Alemanha que se chama Gelsenkirschen. Fica no norte da Alemanha, numa zona bonita para se passar umas ferias em sossego.

Quantos exemplares concorreram? De quantos países?

A estatística diz que eram mais de 750 exemplares e 29 países

Por favor explique em que consiste a classe de Grupo de Criador

A classe de criador é uma classe para mostrar no fundo o que cada criador cria, deve ser uniforme, com características similares, independentemente da cor (fulvo ou tigrado).
O criador pode com ajuda claro, apresentar um mínimo de 3 e no máximo de 5 exemplares do seu afixo mas que podem ser de donos diferentes.
O juiz avalia a qualidade e uniformidade de cada um dos grupos concorrentes.

Quais foram os exemplares que apresentou no seu grupo de criador na ATIBOX 2015?

Bem, infelizmente só pude apresentar 3 (mínimo) porque os outros estavam indisponíveis para tal. Apresentei 3 gerações diferentes: Bat D´Anteikan; Ego D´Anteikan (filho de Bat), Future D´Anteikan (neta de Bat).

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Qual é o significado que tem para si a victoria na classe de grupo de criador?

No fundo é mais uma "cereja no topo do bolo" porque, foi um objectivo sim, participar em grupo de criadores mas sempre com esperança de me classificar bem. E um prestigio poder fazer historia no Boxer em Portugal como sendo um dos poucos criadores que conseguiu este titulo e ainda por cima na nação do Boxer (Alemanha) num ano comemorativo!
Depois acho que é prestigiante para o boxer Português atingir uma meta como esta e poder dizer: ESTAMOS PRESENTES!

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Quero agradecer a duas pessoas em especial que estiveram em ringue comigo e que me apoiaram do principio ao fim....Elena Trufanova e Eleve Polyakova Iryna!

Quero também agradecer a todos os meus amigo boxeristas que sempre me apoiaram e enalteceram o meu trabalho!

Grupo2.jpg

 

publicado por Blog do Boxer às 21:00

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Quinta-feira, 21 de Maio de 2015

CRIOCONSERVAÇÃO DO SÉMEN

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Nossos boxers envelhecem rapidamente e naturalmente surge a questão de como conservar o seu potencial genético. Actualmente existe a possibilidade da crioconservação do sémen. Sendo que ainda está em estudo a possibilidade de num futuro não muito longínquo poder conservar o potencial genético das fêmeas com recurso à congelação de óvulos, a inseminação in vitro e o transplante de embriões.

Relativamente ao sémen é necessário conhecer as diferentes partes do esperma e os hábitos do boxer para poder proceder á conservação seminal
O macho de raça boxer é muito excitável mas também tarda muito em amadurecer sexualmente. Geralmente não aceitam a manipulação durante a fase de excitação e brincadeira. Apenas após a penetração permitem o contacto e portanto é preciso dispor de uma fêmea no cio que facilite a excitação, embora sempre há excepções. Os preliminares consistem em jogos de perseguição, lambidelas entre ambos e doces toques dos corpos. Assim que o macho tenta montar a fêmea é preciso impedir a penetração fazendo-o acreditar que o nosso material de colheita é a vagina da cadela.

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A ejaculação tem três fases. Na primeira, chamada de pré-espermática, o líquido é transparente e serve para limpar a uretra de restos de espermatozóides mortos, secreções, bactérias e urina. Esta primeira secreção seminal deve ser descartada.

A segunda fracção, chamada de espermática, é rica em espermatozóides. Deve ser branca, anacarada e densa. No boxer tem um volume entre 0.5 ml. e 4 ml.
A última parte da ejaculação é a prostática e consiste em fluidos que servem de meio de transporte para permitir a
deslocação dos espermatozóides no útero e como meio de nutrição dos mesmos. O volume de esta fracção pode ser de poucos mililitros e pode chegar até os 30 ml. Esta parte é prejudicial para a conservação do sémen. Para realizar a inseminação em fresco deve ser colhida, mas em caso de refrigeração ou congelação deve ser separada da segunda fracção (espermática). 

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O sémen canino é muito sensível à manipulação podendo ser gravemente afectado pelo contacto com a agua, pela exposição à luz, pelo aumento da temperatura, pela electricidade estática e por materiais como o borracha ou o látex.

A sobrevivência do sémen canino de boa qualidade, ronda os 7 dias no útero.
A refrigeração do sémen à 5º C permite que este seja viável entre 3 e 5 dias, podendo chegar até os 10 dias acrescentando determinados protectores (gema de ovo). Existem produtos comerciais disponíveis para a sua preparação de maneira cómoda e simples. Também é possível encontrar receitas caseiras. É importante ter em conta que os contentores que protegem da perdida de frio, raramente o conseguem fazer para além das 48 horas. Logo o tempo da viagem (em DHL, FedEx, etc.) não deve ultrapassar os dois dias
Como vantagens da refrigeração do sémen é possível assinalar a manipulação com um mínimo de formação, de maneira económica, com ligações entre as principais cidades europeias em menos de 48 horas. Uma das desvantagens deste método está na manipulação do macho que pode ser complicada se não se dispõe de uma fêmea no cio, no momento da colheita. Também é uma desvantagem o facto de as empresas transportadoras não realizarem entregas ao fim de semana e nos feriados. Ou seja para garantir a entrega do sémen refrigerado em 24-48, este só pode ser enviado de segunda-feira até quarta-feira, ou como máximo até quinta-feira. O sémen refrigerado sobrevive no interior do útero até 48 horas. 

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A congelação do sémen permite a sua viabilidade por tempo indefinido quando é mantido à temperatura de -196º C. Durante o processo de congelação o sémen é arrefecido lentamente e é diluído com produtos que evitam o choque térmico, a contaminação bacteriana, estabilizam o pH e impedem a formação de cristais de gelo que danificariam os espermatozóides. O processo de congelação deve ser realizado por pessoal qualificado e a sua manutenção precisa de uma constante supervisão e a reposição periódica de azoto líquido. Os instrumentos para a sua manipulação têm um elevado custo. O sémen congelado e posteriormente descongelado deve ser depositado no interior do útero (inseminação intra-uterina) e a sua sobrevivência é de apenas 12 horas. Por esta razão é muito importante determinar o momento da ovulação da fêmea boxer.

Entre as vantagens da congelação do sémen podemos citar a possibilidade de conservar o material genético dos nossos reprodutores para além da sua vida reprodutiva, a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis que não toleram a congelação, a possibilidade de programar a extracção do sémen quando dispomos de uma fêmea no cio e a possibilidade de realizar envios de sémen para todo o mundo.
Como desvantagens é possível referir o facto de esta técnica de inseminação exigir uma elevada especialização do
veterinário, que o seu custo é mais elevado e que periodicamente é preciso desembolsar o preço do armazenamento. É importante mencionar que a congelação do sémen tem mais garantias de êxito quando os machos têm entre dois e cinco anos de idade. Os resultados são piores fora desta faixa etária. 

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Em condiciones ideais (fêmea fértil, macho fértil e momento de ovulação determinado) os estudos realizados mostram que a probabilidade de conseguir uma gestação é de 98%, quando é utilizado sémen fresco ou é realizada uma monta natural. Com o sémen refrigerado a taxa de sucesso cai para 90% e com o congelado para os 80%, também em condições ideais.

Existem métodos de congelação e refrigeração do sémen, patenteados e estandardizados, que aumentam significativamente estes valores, podendo chegar aos 91 e 94% de sucesso, respectivamente. Este é o caso do método CLONE, testado num estudo realizado a lavradores. Até a data não existem estudos publicados dedicados exclusivamente à raça boxer.

Para os nossos leitores portugueses deixamos os contactos de CLONE PORTUGAL:

Dr. Hugo de Oliveira

Hospital Veterinário

Rua Prof. Agostinho da Silva nº 1A

Tapada das Merces 

2725-530 Mem Martins

tel: +351914741907

      +351912568632

Email: hugo_hvt@sapo.pt

publicado por Blog do Boxer às 17:31

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CRIOCONSERVACIÓN DEL SEMEN

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Nuestros bóxer envejecen rápidamente y podemos plantearnos la necesidad de conservar su potencial genético. En nuestros tiempos existe la posibilidad de la crioconservación del semen más allá del tiempo y del espacio. Aún está en investigación para un futuro no muy lejano la conservación del potencial genético de nuestras hembras mediante la congelación de óvulos, inseminación invitro y transplante de embriones.

En lo concerniente al semen hay que conocer las diferentes partes del eyaculado y las costumbres del bóxer para poder proceder a la conservación seminal.

El macho bóxer es muy excitable pero a la vez tarda mucho en madurar sexualmente. La norma general es que no aceptan la manipulación durante la fase de excitación y juego y sólo una vez que han penetrado a la hembra suelen permitir el contacto por lo que necesitamos una hembra en celo que sirva de señuelo, aunque siempre hay excepciones. Los preliminares consisten en juegos de persecución y lamido entre el macho y la hembra seguidos de dulces golpes cuerpo con cuerpo. Una vez que el macho trata de montar a la hembra debemos impedir la penetración haciéndole creer que nuestro material de colecta es la vagina de la hembra.

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El eyaculado se produce en tres fases. La primera, llamada preespermática, es transparente y se encarga de la limpieza de la uretra de restos de espermatozoides muertos, secreciones, bacterias y orina. Esta parte del eyaculado debe ser desechada.

La segunda fracción, llamada espermática, es la rica en espermatozoides. Debe ser blanca-nacarada y densa. En el bóxer está entre 0,5ml y 4ml.

La tercera y última fracción es la prostática consistente en fluidos que sirven de medio de transporte para permitir el avance de los espermatozoides en el útero y como medio de nutrición de los mismos. El volumen de esta fracción varía de unos pocos ml hasta 30ml. Esta fracción es perjudicial para la conservación del semen por lo que en el caso de inseminación en fresco debemos recogerla pero para refrigeración o congelación se separará de la segunda fracción.

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El semen canino es muy sensible a la manipulación viéndose afectado de gravedad en el caso de contacto con agua, exposición a la luz, aumento de temperatura, electricidad estática, materiales como el caucho o el látex,…

La supervivencia del semen canino de calidad buena en útero ronda los 7 días.

La refrigeración del semen permite mantenerlo viable a 5ºC durante 3 a 5 días hasta un máximo de 10 días añadiendo determinados protectores (yema de huevo). Existen productos comerciales disponibles para su preparación de manera cómoda y fácil aunque también se pueden encontrar “recetas” caseras para su preparación. Es importante tener en cuenta que las cajas que protegen la pérdida de frío rara vez lo mantienen más allá de 48 horas por lo que los tiempos de viaje (courriers de despacho aéreo: DHL, FedEx,…) no deben superar los dos días en la entrega. Como ventajas ofrece la posibilidad manipularlo con un mínimo de formación, económico y comunicación con las principales ciudades europeas en menos de 48 horas. En casos de escasa producción de espermatozoides permite la extracción de varios eyaculados y su conservación para poder realizar una inseminación con suficiente número de espermatozoides. Las principales desventajas consisten en que la manipulación del macho puede ser complicada por no disponer de hembra en celo en el momento de la extracción dificultando o incluso impidiendo la extracción y que los courriers no transportan ni entregan en sábado, domingo ni festivos por lo que los días en que se puede enviar el semen para sea entregado en 24-48 horas van de lunes a miércoles o jueves. El semen refrigerado sobrevive en el interior del útero 48 horas.

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La congelación del semen permite la viabilidad del mismo manteniéndolo a temperaturas de -196ºC indefinidamente. Durante el proceso de congelación el semen es enfriado lentamente y se va diluyendo con productos que buscan evitar el choque térmico y la contaminación bacteriana, estabilizar el pH e impedir la formación de cristales de hielo que romperían los espermatozoides. El proceso de congelación ha de ser llevado a cabo por personal cualificado y su mantenimiento requiere de un control constante en el tiempo mediante aporte periódico de nitrógeno líquido. El instrumental para la manipulación tiene un elevado coste y es muy específico. El semen congelado y atemperado ha de depositarse en el interior del útero (inseminación intrauterina) y su supervivencia de esta forma es de unas 12 horas por lo que determinar el momento de la ovulación en la hembra de bóxer es de vital importancia. Entre las ventajas debemos destacar la posibilidad de conservar material genético de nuestros sementales más allá de su vida y de su salud, la prevención de enfermedades de transmisión sexual que no toleran la congelación, la posibilidad de programar la extracción de semen para cuando disponemos de hembra en celo y la posibilidad de realizar envíos de semen a todo el mundo. Como desventajas principales citar que la técnica de inseminación requiere de una especialización elevada del veterinario y el mayor coste y gasto periódico en almacenamiento. Es importante mencionar que la congelación del semen ofrece mayor éxito si se realiza en sementales entre los dos y los 5 años de edad, obteniendo peores resultados en sementales excesivamente jóvenes o mayores. 

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En condiciones óptimas (hembra fértil, macho fértil y momento de ovulación determinado) los estudios realizados establecen en un 98% las posibilidades de éxito de lograr una gestación, si es utilizado semen fresco o es realizada una monta natural. Con el semen refrigerado el porcentaje de éxito disminuye en torno al 90% y con congelado al 80%, si las condiciones son optimas.

Existen métodos de congelación y refrigeración del semen patentados y estandarizados que aumentan significativamente estos valores pudiendo llegar a 91 y 94% de éxito respectivamente, como es el caso del método CLONE en un estudio realizado en labradores. No hay estudios publicados basados únicamente en la raza bóxer.

publicado por Blog do Boxer às 14:47

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Quarta-feira, 13 de Maio de 2015

ATIBOX IPO 2015 Bélgica

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Todos Para Uno y Uno Para Todos!

Un año más, el Boxer Club de España estuvo presente en la Atibox IPO celebrada en la localidad de Mouscroen, Bélgica los días 8, 9 y 10 de mayo. 

Este año el equipo estuvo integrado por Jorge Alcaraz Cavielles con Athor de las Condovanas (La Rioja), a quienes haremos una mencion especial por ser esta su 4 Atibox IPO consecutiva. Juan Carlos Garcia con Zenobia Z Ringu ( Madrid) y José Miguel Villegas con Iro del Gran Arucan (Canarias). Y como Jefa de equipo, Rocio Sanchez-Ferragut Llorens. Nos acompañaron en este evento Mónica (Cuervo Negro) y Alberto y Bitia venidos también desde Canarias con Acania de Narea.

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El equipo empezó con los ánimos algo bajos debido a las dificultades que nos encontramos en el viaje. Denegación de embarque en vuelo, rueda pinchada y visita al taller en Francia, y un par de perros con afecciones en su salud que nos tuvieron en vilo hasta los últimos instantes.

Aun así, destacar la actitud del equipo, la unión y confianza. Jamás perdimos la esperanza.

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Un estadio con dificultades de acceso, nula sombra en la zona de aparcamiento para los perros, una megafonia que ni se oía y solo se daba en flamenco... no hicieron mermar nuestras ganas. Gracias al resto de equipos que nos íbamos ayudando. Gran ambiente vivido con ellos, sano y deportivo. Gracias a todos ellos por las muestras de apoyo, por preocuparse de nuestros perros y por los ánimos.

Llegaron los entrenamientos oficiales. La perfecta sincronizacion y organización por parte de Mónica y Juanca para optimizar nuestros 15 minutos. Cada uno de los españoles cumplió su tarea para realizar lo previsto. Aunque Zenobia se quedara descansando y recuperándose.
Llego el desfile, y vimos como muchos nos aclamaban, España está presente!
Un honor como jefa de equipo portar con orgullo nuestra bandera y representar a nuestros Boxers y a nuestros guías.

Prueba3.jpg

Sorteos y organización de las disciplinas. Tuvimos alguna dificultad al ser perros impares y por la ausencia de USA, pero la organización lo resolvió con prontitud. El momento de comenzar era inminente.

Sabado de rastros. Amanecemos con frio y niebla y un viento fortísimo. Juan Carlos y Zenobia Z Ringu fueron los primeros en rastrear. Con lo que ello supone, organización no preparada y tiempos de espera mayores. Seguidos por Jose Miguel e Iro del Gran Arucan. Les tocaron unos campos con hierba que sobrepasaba la piqueta (se suponía que serian unos 15 cm) y de regalo, en el terreno contiguo abonando... muchas dificultades, aun así lograron terminar los rastros. 

Zenobia Z Ringu 82
Iro del Gran Arucan 72
Jorge y Athor de las Condovanas a medio día obtuvieron 75 puntos.
Día terminado y con alivio. Zenobia muy recuperada no sería retirada.
Este día también alegría en la Jahressieger Belga, obteniendo Apocalípsis de Narea el exc 1 en clase jóvenes hembras atigradas y su titulo de Jahressiegerin y Princesa del Real boxer Club Belga juzgada por Milos Lučić. Pudo salir y lucirse. Su hermana Acania de Narea una excelente 4 posición en su primera salida a ring.

Nuestro equipo disfrutó de la compañía de resto de equipos en la cena de gala. Intercambio de opiniones, juicios y sobre todo risas.

Domingo de obediencia y protección. Sol y calor. Le toca el turno a Jorge y Athor. Salen a disfrutar de la pista y demostrar su trabajo. 73 puntos en obediencia.
En protección marcan una diferencia en lo visto anteriormente con el fuerte carácter de Athor, la potencia y agresión.
Las incombustibles ganas de Athor les dejan 84 puntos.
Una honorable jubilación.

Turno de José Miguel e Iro, el cual no está por desgracia en uno de sus mejores dias de salud. En obediencia, los nervios de su novel guía hacen que Iro cometa algunos fallos, más las sorpresas que tocan en un campeonato nos quedamos con la miel en los labios y 67 puntos.
En defensa mejoramos e Iro muestra su contundencia y potencia. Las dobles ordenes hasta antes nunca dadas nos dejan 85 puntos y un cierre de Atibox digno de jubilar a Iro a sus casi 8 años.

Termina el equipo Español con Juan Carlos y Zenobia. Destacar el corazón de Zenobia a la hora de salir a pista a pesar de como había pasado los últimos días. Como conectó con Juanca justo al entrar y salió de pista con la misma intensidad.
Sin conocer el estadio. Aunque hubo fallos que la dejaron con 71 puntos nos quedamos con muy buenas sensaciones.
En defensa... estuvo espectacular. Fuerte, Rápida, limpia, atenta. Un excelente trabajo de 92 puntos.

Así concluimos la crónica de esta edición de Atibox IPO 2015. En la que hemos sufrido mucho hasta último momento. Los nervios nos han traicionado. Pero sobre todo, hemos disfrutado de nuestros perros increibles. De este equipo de personas maravillosas. Y nos llevamos grandes recuerdos de esta aventura.
Dos dignas jubilaciones. Y la esperanza de que vengan perros de detrás tan buenos como los que terminan aquí su carrera.

A mi me dejan ganas de seguir trabajando. Esperanza en tener otro gran equipo para años venideros (Eslovaquia y Hungria). Soñar con algún día poder estar detrás de la bandera cómo guía. He aprendido mucho con todos vosotros. Ha sido un honor portar nuestra bandera. Representar al Boxer en España y el trabajo que con tanto esfuerzo realizáis. Gracias por dejarme formar parte de esta Atibox IPO. Me siento inmensamente orgullosa de cada uno de vosotros.
Sois grandes entre los grandes.

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Domingo, 10 de Maio de 2015

Multi-Ch. Bat de Anteikan

Sempre gostei da Bat. Gosto do corpo, da cabeça, dos movimentos e do carácter. É uma das cadelas mais bonitas que vi na minha vida. Fico contente por ser portuguesa.

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Em 2014 a Bat conseguiu ser a detentora definitiva do Troféu Vallée D'Oulja. Confesso que este é o Troféu que eu sempre ansiei. Com gosto o trocava por todos os prémios que os meus cães obtiveram e também o trocava por todos aqueles que eles venham a ganhar.

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 A Bat é neta de Assisa de Cyberbox, da primeira ninhada criada pelo meu amigo Elias António. Ainda me lembro da ilusão do Elias quando me disse que ia registar o seu afixo "Cyberbox". A mãe da Assisa foi Ch. Gwen dell Conde de Valmont, outra preciosa cadela, vencedora do Troféu Vallée D' Oulja em 2001 e 2002. Fui testemunha do acasalamento da Gwen com Ch. Diofebo di Soragna, que deu origem à ninhada A de Cyberbox

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A Gwen era filha de Ch. Quo-Vadis de la Vallée D'Oulja. Recordo que na minha primeira visita à casa da Lilian, ela tinha uma ninhada de 9 cachorros tigrados, filhos do Multi-Ch. Caruso di Soragna. A Lilian pegou num cachorro e disse: "Este macho é muito lindo". Era o Quo-Vadis!

QuoVadis_Blog.jpgQuis o destino que mais tarde eu ficasse com a Quenelle e a Quikinou de la Vallée D'Oulja, mães das minhas ninhadas A, B e C, e com as quais dei início ao meu projecto de criação.

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O Troféu Vallée D'Oulja está muito bem entregue e quero mais uma vez dar os meus parabéns ao Paulo Fernandes por ter criado esta maravilhosa cadela, Campeã do Mundo e vencedora de um troféu que simboliza uma significativa parte da História do Boxers Portugueses.

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Terça-feira, 5 de Maio de 2015

Bóris, o meu primeiro boxer

Lena Falcão, casadalucia@sapo.pt

 

Não é minha intenção desfazer de nenhuma raça de cães, muito pelo contrário, desde os 5 anos que os tenho. O primeiro foi um Pastor Alemão seguiram-se Dobermans ,Rafeiros, Cocker Spaniel, etc.  Mas, há muito que ansiava por um Boxer, todos os veterinários por onde eu passava com os meus cães, eram unânimes a dizerem que era um cão fora de série .

Enfim, depois de muitos cães passarem pela minha vida e permanecerem sempre no meu coração, lá veio o tão ansiado Boxer.

O Bóris foi oferecido por uns amigos do meu marido , quando o fomos buscar era o mais pequeno da ninhada , mas era dado e como não tivemos opção de escolha, lá o trouxemos.

Fomos com ele ao veterinário fazer o rotineiro da primeira consulta e apesar de ser muito pequeno e magro para os dois meses que tinha, estava tudo bem.

Contudo, ele não estava a desenvolver normalmente pois não comia bem a ração, então resolvi dar-lhe leite para cachorros. Foi o melhor que fiz, parece que ainda o estou a ver, eu sentada na cama e ele no meu colo a beber o biberão, arrotava e quando o punha na caminha dele ( ao lado da minha) já dormia.

Passou um mês e embora não tenha desenvolvido o dito normal o veterinário achou que ele estava bem para a idade , porém após a segunda auscultação o mesmo concluiu que ele tinha um pequeno sopro, mas nada de preocupante , pois até era frequente nos boxeres.

Finalmente tinha o meu Boxer e levava-o a correr nas dunas da praia da Manta Rôta, jogávamos à bola, corríamos e saltávamos , que felicidade no auge dos seus 4 meses.

No jardim da casa dos meus pais brincava com os meus dois cockers e como Rex, parecia um cavalo a correr, até que um dia numa dessas brincadeiras caiu por terra, ficámos na dúvida se tinha desmaiado ou se simplesmente tinha escorregado dado que ele depressa se levantou.

Passados uns dias voltou a acontecer, só que desta vez demorou a recuperar, levámos o Bóris para o Hospital Veterinário do Algarve e lá ficou a fazer exames e em observação todo o dia. Quando o fomos buscar o diagnóstico do cardiologista não podia ser pior, Cardiomiopatia Congénita com Estenose Aórtica.

O médico esteve cerca de 1 hora a explicar-nos tudo e a passar a medicação. Se o diagnóstico era mau o prognóstico era ainda pior.

O médico desenhou-nos o pior cenário possível, que os colapsos iriam ser frequentes até a medicação actuar , que iria criar líquido no abdómen, que o seu coração iria ficar cada vez mais fraco até que num colapso ele acabaria por morrer.

Eu nem queria acreditar, o meu primeiro Boxer sentenciado de morte! Não era justo nem para mim e muito menos para ele!

Quando nos despedimos do médico mesmo à porta do consultório jamais poderei esquecer as suas palavras: “ele não vai viver muito tempo, portanto, quando isso acontecer arranje logo outro porque os boxeres são cães espectaculares!"

Aquilo pareceu-me tão mal, assim que saí do Hospital e entrei no carro comecei a chorar, de Faro até Cacela chorei sempre. Quando cheguei a casa dos meus pais eles até pensaram que ele tinha morrido, tal não era o meu estado.

Os dias que se seguiram foram terríveis, sempre com o mesmo pensamento, quase que fiquei paranóica com a ideia da sua morte.

Agora e mais do que nunca dormia no nosso quarto, tinha de ouvir a sua respiração durante a noite. Várias vezes se sentiu mal e eu acordava sobressaltada e corria para ele a massajar o coração, levava-o para a rua para apanhar ar fresco , enfim o pânico total. Não voltámos à praia, quando brincávamos tinha de ser com moderação pois se entrasse em esforço a língua começava a ficar cianótica ( roxa )  o que era sinónimo de parar se não, a seguir já se sabia o que era!

Rezei, implorei a Deus e principalmente à Nossa Senhora de Fátima (da Qual  sou devota) para que o meu filho cão não morresse.

Se dependesse do meu amor (e também dos medicamentos ) ele não morreria!

Entretanto fiquei grávida e em casa, o Bóris foi o meu grande companheiro de todas as horas. Quando a Lúcia nasceu ele já tinha 1 ano e 4 meses, os colapsos foram ficando cada vez mais espaçados. Quando cheguei do hospital apresentei-lhe a bébé , que ele cheirou exaustivamente , cada vez que vinha cá alguém a casa ele sentava-se ao lado do carrinho e ninguém podia tocar na bébé sem a minha ordem.

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Certo dia estava a Lúcia no jardim sentada no carrinho a comer um gelado e o Bóris ao lado, era lambidela a ti lambidela a mim. Tornou-se guardião da minha filha e depois do meu filho Paulo que nasceu 3 anos e meio depois. Com tudo isto o Bóris continuava vivo e entretanto  passara-se 4 anos, 10 comprimidos por dia, esforço controlado e pelo menos uma visita anual ao cardiologista para fazer exames e reajustar o tratamento.

Posso dizer que chegada a certa altura deixei de estar constantemente a pensar na sua doença, tudo passou a ser rotineiro, era como ter uma criança doente em casa e ter de a medicar e parar quando fosse necessário. Sei que a doença dele não tem cura nem cirurgia possível, mas também sei que o amor faz milagres. Ele sentiu que não tínhamos desistido dele e que o amávamos muito assim como ele a nós. Ele é um lutador porque decidiu ficar connosco e ser o cão maravilhoso que é.

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Hoje e com quase 10 anos ele é o primeiro a pedir os comprimidos quando lhe parece que estou esquecida, senta-se ao pé do frigorífico a olhar, pois é de lá que tiro o queijinho onde envolvo a medicação. Ele próprio aprendeu a controlar-se nas brincadeiras, se a lareira estiver acesa ele não entra na sala porque lhe falta o oxigénio, enfim é fantástico ter este filho cão boxer.

Os meus filhos fazem o que querem dele, nós até costumamos dizer que, cá em casa os miúdos é que mordem nos cães!

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Também é um bom guarda, está sempre vigilante, mas se vem alguém cá a casa é um “ melga”, mas só sai quando nós acompanhamos à porta, caso contrário não sai.

A esta altura posso constatar de que os boxeres são realmente maravilhosos, tudo o que li e o que pessoas entendidas na raça me disseram é a mais puríssima verdade. Tanto assim é que há 2 anos e meio que tenho a Jenifer de Rasek, uma linda boxer de quase 40 kg. e há 1 ano que tenho o meu lindo e carinhoso Kaiser de los Tomeguines . Cada um com o seu temperamento, personalidade e manias, todos diferentes mas todos iguais.

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Todos circulam livremente pela casa e se me descuidar com a porta do quarto aberta fico sem lugar na cama. Como o Bóris sempre tem dormido no quarto, tive de pôr as camas dos outros também lá. Umas vezes ficam no sofá da sala e só de madrugada é que vão para cima, é rara a manhã que não acordo com 1 , 2 ou 3 boxeres na cama.

Entretanto por amor à raça que tanto me tem dado, tornei-me madrinha do Boxer Rescue Portugal, neste momento tenho também a Alaska cá em casa, resgatada há quase 7 meses do canil municipal do qual também sou voluntária. A Alaska é uma boxer idosa  (mas muito charmosa ), cerca de 9 ou 10 anos, mas em muito boa forma apesar de ter sido abandonada e ter vivido algum tempo no canil.

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Embora não a possa ter junto aos outros 3 pois não se dão, é uma cadela fabulosa em comportamento. Sinto a cada dia que passa que ela está feliz cá em casa e agradecida pela oportunidade de ter saído do canil. Também já resgatei outros boxeres do canil , uns foram adoptados por amigas minhas outros seguiram para o BRP, Paraíso dos Boxeres.

Quanto ao meu primeiro boxer, o Bóris, a doença deixou de ser um problema, ele tinha de ser o meu filho cão !

Mais que um cão , mais que um boxer ele foi e é uma dádiva de Deus!

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Quinta-feira, 23 de Abril de 2015

Os filhos de Blacky

Este post é o primeiro de uma série de 4 publicações sobre a influência do exemplar Blacky von der

Scheleuse nos boxers portugueses.

Todos os dados que serão referidos constam nos boletins 1-13 do  Boxer Club de Portugal (BCP) e abrangem o período compreendido entre os anos 1983 e 1988.

Estes boletins são verdadeiras cápsulas do tempo. Neles podem ser encontrados anúncios de ninhadas, anúncios de reprodutores, correspondência de associados, actas de assembleias, artigos, dedicatórias, notas de condolências, regulamentos e também resultados de exposições caninas. São precisamente estes resultados de exposições, publicados nos boletins, os que permitiram dar início a este trabalho.

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Eu gostava de lembrar que naquela altura não havia internet e que o uso de computadores pessoais era ainda incipiente. Os boletins acima referidos foram todos batidos à máquina pela Sra. Lilian Raucoules e fotocopiados para serem distribuídos entre os sócios do BCP.

Quero também agradecer a amabilidade de vários boxeristas que me ajudaram neste trabalho de pesquisa, respondendo as minhas perguntas.

Como já tive a oportunidade de referir, o Blacky foi em 1977 o pai da ninhada A de la Vallée D'Oulja. Esta ninhada teve um grande sucesso em exposições caninas. Três dos cachorros obtiveram o titulo de Campeões Nacionais de Beleza. 

Após a leitura minuciosa dos citados boletins do BCP posso afirmar que:

  • Blacky é o pai das ninhadas A, D e E de la Vallée D'Oulja
  • Blacky é o pai das ninhadas R, B, C, D, K, I e J de Sellium
  • Blacky é o pai da ninhada L da Casa Verde
  • Blacky é o pai de uma cadela registada sem afixo, com o nome de Bicha.

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Tenho a certeza de que o Blacky deve ter coberto mais cadelas, mas essa informação não consta nos boletins do BCP e não está disponível na internet.

Igualmente desconheço qual é a descendência da ninhada L da Casa Verde.

Relativamente à cadela de nome Bicha, é possível afirmar que de acordo com as informações dos boletins do BCP, foi a mãe de pelos menos três ninhadas:

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1. Exemplares do afixo Sellium e os seus descendentes

Dos filhos do Blacky com o afixo Sellium, talvez os mais conhecidos são os campeões Dinky e Chita de Sellium. Estes exemplares são os progenitores de várias ninhadas como se pode observar na seguinte imagem.

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É preciso assinalar que os exemplares Thorio, Tinani, Farbol, Fajã e Cauny foram registados sem afixo. A próxima imagem foi elaborada com as informações que possuímos sobre os filhos de Ch. Dinky de Sellium, registados com este afixo.

FilhosBlacky3.jpg 

Como é possível observar há vários exemplares que não têm afixo. Entre eles, os boxers Buzi e Boémio também são filhos do campeão Arry (de Sande), que como será mais tarde explicado é neto do Blacky. 

 2. Exemplares do afixo Vallée D'Oulja e os seus descendentes

Já foi referido que o Blacky foi o pai de três ninhadas (A, D e E) de la Vallée D'Oulja. A mãe destas ninhadas foi Wachtel von Barruck, uma cadela importada de Marrocos e cuja criadora era uma cidadã alemã ali radicada.

O sangue do Blacky e Wachtel está em quase a totalidade dos exemplares do afixo Vallée D' Oulja, criados durante mais de 30 anos.

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 2.1 Descendentes da ninhada A de la Vallée D'Oulja

Esta ninhada foi criada em 1977. Estou convicto que a mesma revolucionou o panorama boxeristico em Portugal. Até a altura Blacky era um cão desconhecido. Foi descoberto por acaso pela Sra. Lilian Raucoules e o resultado foi uma ninhada com 3 campeões.

O acaso e o talento juntaram-se num momento cuja influência se estende até os nossos dias.

A mais conhecida campeã desta ninhada é Ch. Ain de la Vallée D'Oulja.

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De seguida apresentamos um resumo de alguns dos descendentes da Ninhada A.

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2.2 Descendentes da ninhada D de la Vallée D'Oulja

Esta foi outra ninhada marcante. Entre os boxers registados com a inicial D, destaca-se o Ch. Djinn de la Vallée D'Oulja.

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O Djinn foi profusamente utilizado como reprodutor. A próxima imagem ilustra o considerável número de criadores que apostaram nos filhos de Blacky, da ninhada D de la Vallée D'Oulja.

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Quero aproveitar esta oportunidade para manifestar o meu profundo respeito e deixar uma palavra de apreço pelos criadores do afixo Sande. São provavelmente os mais antigos criadores activos de boxers, em Portugal. 

A ninhada A de Sande foi registada sem afixo e entre os seus exemplares destaca-se o campeão Ch. Arry (de Sande). É preciso ainda destacar que a mãe das ninhadas A e C de Sande é uma cadela da ninhada D de la Vallée D'Oulja (Dyane).

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2.3 Descendentes da ninhada E de la Vallée D'Oulja

Esta ninhada veio a revelar-se muito importante na década de 90. Um dos seus descendentes, o campeão Ch. Pacha de la Vallée D'Oulja está no pedigree de importantes boxers portugueses. É um assunto sobre o qual nos iremos a debruçar na nossa próxima publicação sobre a descendência do Blacky. 

EdaVO.jpgAlgumas imagens

Quero aqui deixar algumas imagens da década de 80. Foi um período marcante na historia do boxer português. Foi nesta década que foi fundado o Boxer Club de Portugal e filiado no Clube Português de Canicultura.

Aqueles sócios dos BCP foram pioneiros que conseguiram mudar o panorama da raça em Portugal. Esse esforço perdura até os nosso dias.

Estas imagens são poucas, mas são as que possuo. Ficam aqui a disposição de todos como sinal da admiração que sinto pelo seu trabalho.

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publicado por Blog do Boxer às 22:21

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