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Neste texto gostaria de explicar como do ponto de vista genético, são determinadas as cores do boxer.
O standard da raça (http://www.fci.be/en/nomenclature/BOXER-144.html) estabelece duas cores admissíveis: fulvo e tigrado. Os boxer fulvos também são conhecidos como dourados, castanhos, camurças ou amarelos.
O standard não admite a cor branca, embora seja frequente encontrar boxers dessa cor. O meu propósito é mostrar como interagem as duas cores admissíveis.
A explicação para este fenómeno foi dada por Gregor Mendel na segunda metade do século XIX. Mendel foi um monge que lançou as bases da genética ao cruzar ervilhas de diferentes cores (verdes e amarelas). As Leis que Mendel descobriu têm o seu nome e em particular a primeira delas (monoibridismo) explica a interacção entre a cor fulva e a cor tigrada nos cães de raça boxer.
Para as pessoas como eu, que não são especialistas em genética, basta saber que os genes são constituídos por duas partes. Uma que vem do pai e outra aportada pela mãe.
Se a cor branca não entra na equação, então os genes que determinam a cor nos boxer podem ser de três tipos diferentes: FF, FT (TF) e TT, onde F representa a cor fulva e T a tigrada. A seguinte tabela estabelece a ligação entre o genotipo (bagagem genética) e o fenotipo (cor) dos boxers.
Como é possível observar há cães que apenas possuem uma das características da cor (cães homozigóticos). De facto os boxers fulvos são todos homozigótico do tipo FF e há boxers tigrados homozigóticos do tipo TT. Mas também há boxers tigrados que na sua bagagem genéticas contem as características fulvas (FT e TF), aportadas por um dos seus progenitores. Nesse caso diz-se que o boxer é heterozigótico. Essa é a razão pela qual nos boxers a cor fulva é considerada recessiva e a cor tigrada é chamada de dominante.
A história do boxer recolhe exemplos de boxers tigrados de ambos os tipos. Um dos mais influentes boxers das ultimas décadas foi Teck del Colle del Infinito, um macho tigrado que foi o pai de centenas de boxers de ambas as cores. Logo, Teck foi um boxer tigrado heterozigótico (FT).
Outro conhecido macho tigrado foi Caruso di Soragna, também pai de centenas de boxers, todos de cor tigrada. A explicação para este facto está no genotipo do Caruso: TT. Isto é Caruso foi um boxer tigrado homozigótico.
Então, se o nosso boxer é tigrado, como é que podemos saber se é homozigótico (TT) ou heterozigótico (FT/TF)? Ou seja como é que os proprietários de boxers tigrados podem saber se os filhos dele (dela) serão fulvos ou tigrados?
Por favor comece por responder às seguintes perguntas:
O boxer tigrado é filho (filha) de um boxer fulvo?
O boxer tigrado já concebeu algum filho fulvo?
Se a resposta a uma destas perguntas é SIM, então o seu boxer é heterozigótico (FT/TF) e teoricamente pode gerar filhos de ambas as cores.
Se a resposta a ambas as perguntas é NÃO, então provavelmente o seu boxer é homozigótico (TT) e apenas pode gerar filhos tigrados. É preciso frisar a palavra “provavelmente” pois neste caso a certeza nunca é absoluta.
As seguintes imagens ilustram os seis casos que podem ocorrer no acasalamento de dois exemplares de raça boxer, excluindo a cor branca.
É preciso assinalar que as percentagens são meramente indicativas das respectivas probabilidades. A título de exemplo refiro que já tive uma ninhada de 5 cachorros fulvos, filhos de uma macho fulvo com uma cadela tigrada (Caso 2 )