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. CRIOCONSERVACIÓN DEL SEME...
Nossos boxers envelhecem rapidamente e naturalmente surge a questão de como conservar o seu potencial genético. Actualmente existe a possibilidade da crioconservação do sémen. Sendo que ainda está em estudo a possibilidade de num futuro não muito longínquo poder conservar o potencial genético das fêmeas com recurso à congelação de óvulos, a inseminação in vitro e o transplante de embriões.
Relativamente ao sémen é necessário conhecer as diferentes partes do esperma e os hábitos do boxer para poder proceder á conservação seminal
O macho de raça boxer é muito excitável mas também tarda muito em amadurecer sexualmente. Geralmente não aceitam a manipulação durante a fase de excitação e brincadeira. Apenas após a penetração permitem o contacto e portanto é preciso dispor de uma fêmea no cio que facilite a excitação, embora sempre há excepções. Os preliminares consistem em jogos de perseguição, lambidelas entre ambos e doces toques dos corpos. Assim que o macho tenta montar a fêmea é preciso impedir a penetração fazendo-o acreditar que o nosso material de colheita é a vagina da cadela.
A ejaculação tem três fases. Na primeira, chamada de pré-espermática, o líquido é transparente e serve para limpar a uretra de restos de espermatozóides mortos, secreções, bactérias e urina. Esta primeira secreção seminal deve ser descartada.
A segunda fracção, chamada de espermática, é rica em espermatozóides. Deve ser branca, anacarada e densa. No boxer tem um volume entre 0.5 ml. e 4 ml.
A última parte da ejaculação é a prostática e consiste em fluidos que servem de meio de transporte para permitir a
deslocação dos espermatozóides no útero e como meio de nutrição dos mesmos. O volume de esta fracção pode ser de poucos mililitros e pode chegar até os 30 ml. Esta parte é prejudicial para a conservação do sémen. Para realizar a inseminação em fresco deve ser colhida, mas em caso de refrigeração ou congelação deve ser separada da segunda fracção (espermática).
O sémen canino é muito sensível à manipulação podendo ser gravemente afectado pelo contacto com a agua, pela exposição à luz, pelo aumento da temperatura, pela electricidade estática e por materiais como o borracha ou o látex.
A sobrevivência do sémen canino de boa qualidade, ronda os 7 dias no útero.
A refrigeração do sémen à 5º C permite que este seja viável entre 3 e 5 dias, podendo chegar até os 10 dias acrescentando determinados protectores (gema de ovo). Existem produtos comerciais disponíveis para a sua preparação de maneira cómoda e simples. Também é possível encontrar receitas caseiras. É importante ter em conta que os contentores que protegem da perdida de frio, raramente o conseguem fazer para além das 48 horas. Logo o tempo da viagem (em DHL, FedEx, etc.) não deve ultrapassar os dois dias
Como vantagens da refrigeração do sémen é possível assinalar a manipulação com um mínimo de formação, de maneira económica, com ligações entre as principais cidades europeias em menos de 48 horas. Uma das desvantagens deste método está na manipulação do macho que pode ser complicada se não se dispõe de uma fêmea no cio, no momento da colheita. Também é uma desvantagem o facto de as empresas transportadoras não realizarem entregas ao fim de semana e nos feriados. Ou seja para garantir a entrega do sémen refrigerado em 24-48, este só pode ser enviado de segunda-feira até quarta-feira, ou como máximo até quinta-feira. O sémen refrigerado sobrevive no interior do útero até 48 horas.
A congelação do sémen permite a sua viabilidade por tempo indefinido quando é mantido à temperatura de -196º C. Durante o processo de congelação o sémen é arrefecido lentamente e é diluído com produtos que evitam o choque térmico, a contaminação bacteriana, estabilizam o pH e impedem a formação de cristais de gelo que danificariam os espermatozóides. O processo de congelação deve ser realizado por pessoal qualificado e a sua manutenção precisa de uma constante supervisão e a reposição periódica de azoto líquido. Os instrumentos para a sua manipulação têm um elevado custo. O sémen congelado e posteriormente descongelado deve ser depositado no interior do útero (inseminação intra-uterina) e a sua sobrevivência é de apenas 12 horas. Por esta razão é muito importante determinar o momento da ovulação da fêmea boxer.
Entre as vantagens da congelação do sémen podemos citar a possibilidade de conservar o material genético dos nossos reprodutores para além da sua vida reprodutiva, a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis que não toleram a congelação, a possibilidade de programar a extracção do sémen quando dispomos de uma fêmea no cio e a possibilidade de realizar envios de sémen para todo o mundo.
Como desvantagens é possível referir o facto de esta técnica de inseminação exigir uma elevada especialização do
veterinário, que o seu custo é mais elevado e que periodicamente é preciso desembolsar o preço do armazenamento. É importante mencionar que a congelação do sémen tem mais garantias de êxito quando os machos têm entre dois e cinco anos de idade. Os resultados são piores fora desta faixa etária.
Em condiciones ideais (fêmea fértil, macho fértil e momento de ovulação determinado) os estudos realizados mostram que a probabilidade de conseguir uma gestação é de 98%, quando é utilizado sémen fresco ou é realizada uma monta natural. Com o sémen refrigerado a taxa de sucesso cai para 90% e com o congelado para os 80%, também em condições ideais.
Existem métodos de congelação e refrigeração do sémen, patenteados e estandardizados, que aumentam significativamente estes valores, podendo chegar aos 91 e 94% de sucesso, respectivamente. Este é o caso do método CLONE, testado num estudo realizado a lavradores. Até a data não existem estudos publicados dedicados exclusivamente à raça boxer.
Para os nossos leitores portugueses deixamos os contactos de CLONE PORTUGAL:
Dr. Hugo de Oliveira
Hospital Veterinário
Rua Prof. Agostinho da Silva nº 1A
Tapada das Merces
2725-530 Mem Martins
tel: +351914741907
+351912568632
Email: hugo_hvt@sapo.pt
Nuestros bóxer envejecen rápidamente y podemos plantearnos la necesidad de conservar su potencial genético. En nuestros tiempos existe la posibilidad de la crioconservación del semen más allá del tiempo y del espacio. Aún está en investigación para un futuro no muy lejano la conservación del potencial genético de nuestras hembras mediante la congelación de óvulos, inseminación invitro y transplante de embriones.
En lo concerniente al semen hay que conocer las diferentes partes del eyaculado y las costumbres del bóxer para poder proceder a la conservación seminal.
El macho bóxer es muy excitable pero a la vez tarda mucho en madurar sexualmente. La norma general es que no aceptan la manipulación durante la fase de excitación y juego y sólo una vez que han penetrado a la hembra suelen permitir el contacto por lo que necesitamos una hembra en celo que sirva de señuelo, aunque siempre hay excepciones. Los preliminares consisten en juegos de persecución y lamido entre el macho y la hembra seguidos de dulces golpes cuerpo con cuerpo. Una vez que el macho trata de montar a la hembra debemos impedir la penetración haciéndole creer que nuestro material de colecta es la vagina de la hembra.
El eyaculado se produce en tres fases. La primera, llamada preespermática, es transparente y se encarga de la limpieza de la uretra de restos de espermatozoides muertos, secreciones, bacterias y orina. Esta parte del eyaculado debe ser desechada.
La segunda fracción, llamada espermática, es la rica en espermatozoides. Debe ser blanca-nacarada y densa. En el bóxer está entre 0,5ml y 4ml.
La tercera y última fracción es la prostática consistente en fluidos que sirven de medio de transporte para permitir el avance de los espermatozoides en el útero y como medio de nutrición de los mismos. El volumen de esta fracción varía de unos pocos ml hasta 30ml. Esta fracción es perjudicial para la conservación del semen por lo que en el caso de inseminación en fresco debemos recogerla pero para refrigeración o congelación se separará de la segunda fracción.
El semen canino es muy sensible a la manipulación viéndose afectado de gravedad en el caso de contacto con agua, exposición a la luz, aumento de temperatura, electricidad estática, materiales como el caucho o el látex,…
La supervivencia del semen canino de calidad buena en útero ronda los 7 días.
La refrigeración del semen permite mantenerlo viable a 5ºC durante 3 a 5 días hasta un máximo de 10 días añadiendo determinados protectores (yema de huevo). Existen productos comerciales disponibles para su preparación de manera cómoda y fácil aunque también se pueden encontrar “recetas” caseras para su preparación. Es importante tener en cuenta que las cajas que protegen la pérdida de frío rara vez lo mantienen más allá de 48 horas por lo que los tiempos de viaje (courriers de despacho aéreo: DHL, FedEx,…) no deben superar los dos días en la entrega. Como ventajas ofrece la posibilidad manipularlo con un mínimo de formación, económico y comunicación con las principales ciudades europeas en menos de 48 horas. En casos de escasa producción de espermatozoides permite la extracción de varios eyaculados y su conservación para poder realizar una inseminación con suficiente número de espermatozoides. Las principales desventajas consisten en que la manipulación del macho puede ser complicada por no disponer de hembra en celo en el momento de la extracción dificultando o incluso impidiendo la extracción y que los courriers no transportan ni entregan en sábado, domingo ni festivos por lo que los días en que se puede enviar el semen para sea entregado en 24-48 horas van de lunes a miércoles o jueves. El semen refrigerado sobrevive en el interior del útero 48 horas.
La congelación del semen permite la viabilidad del mismo manteniéndolo a temperaturas de -196ºC indefinidamente. Durante el proceso de congelación el semen es enfriado lentamente y se va diluyendo con productos que buscan evitar el choque térmico y la contaminación bacteriana, estabilizar el pH e impedir la formación de cristales de hielo que romperían los espermatozoides. El proceso de congelación ha de ser llevado a cabo por personal cualificado y su mantenimiento requiere de un control constante en el tiempo mediante aporte periódico de nitrógeno líquido. El instrumental para la manipulación tiene un elevado coste y es muy específico. El semen congelado y atemperado ha de depositarse en el interior del útero (inseminación intrauterina) y su supervivencia de esta forma es de unas 12 horas por lo que determinar el momento de la ovulación en la hembra de bóxer es de vital importancia. Entre las ventajas debemos destacar la posibilidad de conservar material genético de nuestros sementales más allá de su vida y de su salud, la prevención de enfermedades de transmisión sexual que no toleran la congelación, la posibilidad de programar la extracción de semen para cuando disponemos de hembra en celo y la posibilidad de realizar envíos de semen a todo el mundo. Como desventajas principales citar que la técnica de inseminación requiere de una especialización elevada del veterinario y el mayor coste y gasto periódico en almacenamiento. Es importante mencionar que la congelación del semen ofrece mayor éxito si se realiza en sementales entre los dos y los 5 años de edad, obteniendo peores resultados en sementales excesivamente jóvenes o mayores.
En condiciones óptimas (hembra fértil, macho fértil y momento de ovulación determinado) los estudios realizados establecen en un 98% las posibilidades de éxito de lograr una gestación, si es utilizado semen fresco o es realizada una monta natural. Con el semen refrigerado el porcentaje de éxito disminuye en torno al 90% y con congelado al 80%, si las condiciones son optimas.
Existen métodos de congelación y refrigeración del semen patentados y estandarizados que aumentan significativamente estos valores pudiendo llegar a 91 y 94% de éxito respectivamente, como es el caso del método CLONE en un estudio realizado en labradores. No hay estudios publicados basados únicamente en la raza bóxer.
Todos Para Uno y Uno Para Todos!
Un año más, el Boxer Club de España estuvo presente en la Atibox IPO celebrada en la localidad de Mouscroen, Bélgica los días 8, 9 y 10 de mayo.
Este año el equipo estuvo integrado por Jorge Alcaraz Cavielles con Athor de las Condovanas (La Rioja), a quienes haremos una mencion especial por ser esta su 4 Atibox IPO consecutiva. Juan Carlos Garcia con Zenobia Z Ringu ( Madrid) y José Miguel Villegas con Iro del Gran Arucan (Canarias). Y como Jefa de equipo, Rocio Sanchez-Ferragut Llorens. Nos acompañaron en este evento Mónica (Cuervo Negro) y Alberto y Bitia venidos también desde Canarias con Acania de Narea.
El equipo empezó con los ánimos algo bajos debido a las dificultades que nos encontramos en el viaje. Denegación de embarque en vuelo, rueda pinchada y visita al taller en Francia, y un par de perros con afecciones en su salud que nos tuvieron en vilo hasta los últimos instantes.
Aun así, destacar la actitud del equipo, la unión y confianza. Jamás perdimos la esperanza.
Un estadio con dificultades de acceso, nula sombra en la zona de aparcamiento para los perros, una megafonia que ni se oía y solo se daba en flamenco... no hicieron mermar nuestras ganas. Gracias al resto de equipos que nos íbamos ayudando. Gran ambiente vivido con ellos, sano y deportivo. Gracias a todos ellos por las muestras de apoyo, por preocuparse de nuestros perros y por los ánimos.
Llegaron los entrenamientos oficiales. La perfecta sincronizacion y organización por parte de Mónica y Juanca para optimizar nuestros 15 minutos. Cada uno de los españoles cumplió su tarea para realizar lo previsto. Aunque Zenobia se quedara descansando y recuperándose.
Llego el desfile, y vimos como muchos nos aclamaban, España está presente!
Un honor como jefa de equipo portar con orgullo nuestra bandera y representar a nuestros Boxers y a nuestros guías.
Sorteos y organización de las disciplinas. Tuvimos alguna dificultad al ser perros impares y por la ausencia de USA, pero la organización lo resolvió con prontitud. El momento de comenzar era inminente.
Sabado de rastros. Amanecemos con frio y niebla y un viento fortísimo. Juan Carlos y Zenobia Z Ringu fueron los primeros en rastrear. Con lo que ello supone, organización no preparada y tiempos de espera mayores. Seguidos por Jose Miguel e Iro del Gran Arucan. Les tocaron unos campos con hierba que sobrepasaba la piqueta (se suponía que serian unos 15 cm) y de regalo, en el terreno contiguo abonando... muchas dificultades, aun así lograron terminar los rastros.
Zenobia Z Ringu 82
Iro del Gran Arucan 72
Jorge y Athor de las Condovanas a medio día obtuvieron 75 puntos.
Día terminado y con alivio. Zenobia muy recuperada no sería retirada.
Este día también alegría en la Jahressieger Belga, obteniendo Apocalípsis de Narea el exc 1 en clase jóvenes hembras atigradas y su titulo de Jahressiegerin y Princesa del Real boxer Club Belga juzgada por Milos Lučić. Pudo salir y lucirse. Su hermana Acania de Narea una excelente 4 posición en su primera salida a ring.
Nuestro equipo disfrutó de la compañía de resto de equipos en la cena de gala. Intercambio de opiniones, juicios y sobre todo risas.
Domingo de obediencia y protección. Sol y calor. Le toca el turno a Jorge y Athor. Salen a disfrutar de la pista y demostrar su trabajo. 73 puntos en obediencia.
En protección marcan una diferencia en lo visto anteriormente con el fuerte carácter de Athor, la potencia y agresión.
Las incombustibles ganas de Athor les dejan 84 puntos.
Una honorable jubilación.
Turno de José Miguel e Iro, el cual no está por desgracia en uno de sus mejores dias de salud. En obediencia, los nervios de su novel guía hacen que Iro cometa algunos fallos, más las sorpresas que tocan en un campeonato nos quedamos con la miel en los labios y 67 puntos.
En defensa mejoramos e Iro muestra su contundencia y potencia. Las dobles ordenes hasta antes nunca dadas nos dejan 85 puntos y un cierre de Atibox digno de jubilar a Iro a sus casi 8 años.
Termina el equipo Español con Juan Carlos y Zenobia. Destacar el corazón de Zenobia a la hora de salir a pista a pesar de como había pasado los últimos días. Como conectó con Juanca justo al entrar y salió de pista con la misma intensidad.
Sin conocer el estadio. Aunque hubo fallos que la dejaron con 71 puntos nos quedamos con muy buenas sensaciones.
En defensa... estuvo espectacular. Fuerte, Rápida, limpia, atenta. Un excelente trabajo de 92 puntos.
Así concluimos la crónica de esta edición de Atibox IPO 2015. En la que hemos sufrido mucho hasta último momento. Los nervios nos han traicionado. Pero sobre todo, hemos disfrutado de nuestros perros increibles. De este equipo de personas maravillosas. Y nos llevamos grandes recuerdos de esta aventura.
Dos dignas jubilaciones. Y la esperanza de que vengan perros de detrás tan buenos como los que terminan aquí su carrera.
A mi me dejan ganas de seguir trabajando. Esperanza en tener otro gran equipo para años venideros (Eslovaquia y Hungria). Soñar con algún día poder estar detrás de la bandera cómo guía. He aprendido mucho con todos vosotros. Ha sido un honor portar nuestra bandera. Representar al Boxer en España y el trabajo que con tanto esfuerzo realizáis. Gracias por dejarme formar parte de esta Atibox IPO. Me siento inmensamente orgullosa de cada uno de vosotros.
Sois grandes entre los grandes.
Sempre gostei da Bat. Gosto do corpo, da cabeça, dos movimentos e do carácter. É uma das cadelas mais bonitas que vi na minha vida. Fico contente por ser portuguesa.
Em 2014 a Bat conseguiu ser a detentora definitiva do Troféu Vallée D'Oulja. Confesso que este é o Troféu que eu sempre ansiei. Com gosto o trocava por todos os prémios que os meus cães obtiveram e também o trocava por todos aqueles que eles venham a ganhar.
A Bat é neta de Assisa de Cyberbox, da primeira ninhada criada pelo meu amigo Elias António. Ainda me lembro da ilusão do Elias quando me disse que ia registar o seu afixo "Cyberbox". A mãe da Assisa foi Ch. Gwen dell Conde de Valmont, outra preciosa cadela, vencedora do Troféu Vallée D' Oulja em 2001 e 2002. Fui testemunha do acasalamento da Gwen com Ch. Diofebo di Soragna, que deu origem à ninhada A de Cyberbox
A Gwen era filha de Ch. Quo-Vadis de la Vallée D'Oulja. Recordo que na minha primeira visita à casa da Lilian, ela tinha uma ninhada de 9 cachorros tigrados, filhos do Multi-Ch. Caruso di Soragna. A Lilian pegou num cachorro e disse: "Este macho é muito lindo". Era o Quo-Vadis!
Quis o destino que mais tarde eu ficasse com a Quenelle e a Quikinou de la Vallée D'Oulja, mães das minhas ninhadas A, B e C, e com as quais dei início ao meu projecto de criação.
O Troféu Vallée D'Oulja está muito bem entregue e quero mais uma vez dar os meus parabéns ao Paulo Fernandes por ter criado esta maravilhosa cadela, Campeã do Mundo e vencedora de um troféu que simboliza uma significativa parte da História do Boxers Portugueses.
Lena Falcão, casadalucia@sapo.pt
Não é minha intenção desfazer de nenhuma raça de cães, muito pelo contrário, desde os 5 anos que os tenho. O primeiro foi um Pastor Alemão seguiram-se Dobermans ,Rafeiros, Cocker Spaniel, etc. Mas, há muito que ansiava por um Boxer, todos os veterinários por onde eu passava com os meus cães, eram unânimes a dizerem que era um cão fora de série .
Enfim, depois de muitos cães passarem pela minha vida e permanecerem sempre no meu coração, lá veio o tão ansiado Boxer.
O Bóris foi oferecido por uns amigos do meu marido , quando o fomos buscar era o mais pequeno da ninhada , mas era dado e como não tivemos opção de escolha, lá o trouxemos.
Fomos com ele ao veterinário fazer o rotineiro da primeira consulta e apesar de ser muito pequeno e magro para os dois meses que tinha, estava tudo bem.
Contudo, ele não estava a desenvolver normalmente pois não comia bem a ração, então resolvi dar-lhe leite para cachorros. Foi o melhor que fiz, parece que ainda o estou a ver, eu sentada na cama e ele no meu colo a beber o biberão, arrotava e quando o punha na caminha dele ( ao lado da minha) já dormia.
Passou um mês e embora não tenha desenvolvido o dito normal o veterinário achou que ele estava bem para a idade , porém após a segunda auscultação o mesmo concluiu que ele tinha um pequeno sopro, mas nada de preocupante , pois até era frequente nos boxeres.
Finalmente tinha o meu Boxer e levava-o a correr nas dunas da praia da Manta Rôta, jogávamos à bola, corríamos e saltávamos , que felicidade no auge dos seus 4 meses.
No jardim da casa dos meus pais brincava com os meus dois cockers e como Rex, parecia um cavalo a correr, até que um dia numa dessas brincadeiras caiu por terra, ficámos na dúvida se tinha desmaiado ou se simplesmente tinha escorregado dado que ele depressa se levantou.
Passados uns dias voltou a acontecer, só que desta vez demorou a recuperar, levámos o Bóris para o Hospital Veterinário do Algarve e lá ficou a fazer exames e em observação todo o dia. Quando o fomos buscar o diagnóstico do cardiologista não podia ser pior, Cardiomiopatia Congénita com Estenose Aórtica.
O médico esteve cerca de 1 hora a explicar-nos tudo e a passar a medicação. Se o diagnóstico era mau o prognóstico era ainda pior.
O médico desenhou-nos o pior cenário possível, que os colapsos iriam ser frequentes até a medicação actuar , que iria criar líquido no abdómen, que o seu coração iria ficar cada vez mais fraco até que num colapso ele acabaria por morrer.
Eu nem queria acreditar, o meu primeiro Boxer sentenciado de morte! Não era justo nem para mim e muito menos para ele!
Quando nos despedimos do médico mesmo à porta do consultório jamais poderei esquecer as suas palavras: “ele não vai viver muito tempo, portanto, quando isso acontecer arranje logo outro porque os boxeres são cães espectaculares!"
Aquilo pareceu-me tão mal, assim que saí do Hospital e entrei no carro comecei a chorar, de Faro até Cacela chorei sempre. Quando cheguei a casa dos meus pais eles até pensaram que ele tinha morrido, tal não era o meu estado.
Os dias que se seguiram foram terríveis, sempre com o mesmo pensamento, quase que fiquei paranóica com a ideia da sua morte.
Agora e mais do que nunca dormia no nosso quarto, tinha de ouvir a sua respiração durante a noite. Várias vezes se sentiu mal e eu acordava sobressaltada e corria para ele a massajar o coração, levava-o para a rua para apanhar ar fresco , enfim o pânico total. Não voltámos à praia, quando brincávamos tinha de ser com moderação pois se entrasse em esforço a língua começava a ficar cianótica ( roxa ) o que era sinónimo de parar se não, a seguir já se sabia o que era!
Rezei, implorei a Deus e principalmente à Nossa Senhora de Fátima (da Qual sou devota) para que o meu filho cão não morresse.
Se dependesse do meu amor (e também dos medicamentos ) ele não morreria!
Entretanto fiquei grávida e em casa, o Bóris foi o meu grande companheiro de todas as horas. Quando a Lúcia nasceu ele já tinha 1 ano e 4 meses, os colapsos foram ficando cada vez mais espaçados. Quando cheguei do hospital apresentei-lhe a bébé , que ele cheirou exaustivamente , cada vez que vinha cá alguém a casa ele sentava-se ao lado do carrinho e ninguém podia tocar na bébé sem a minha ordem.
Certo dia estava a Lúcia no jardim sentada no carrinho a comer um gelado e o Bóris ao lado, era lambidela a ti lambidela a mim. Tornou-se guardião da minha filha e depois do meu filho Paulo que nasceu 3 anos e meio depois. Com tudo isto o Bóris continuava vivo e entretanto passara-se 4 anos, 10 comprimidos por dia, esforço controlado e pelo menos uma visita anual ao cardiologista para fazer exames e reajustar o tratamento.
Posso dizer que chegada a certa altura deixei de estar constantemente a pensar na sua doença, tudo passou a ser rotineiro, era como ter uma criança doente em casa e ter de a medicar e parar quando fosse necessário. Sei que a doença dele não tem cura nem cirurgia possível, mas também sei que o amor faz milagres. Ele sentiu que não tínhamos desistido dele e que o amávamos muito assim como ele a nós. Ele é um lutador porque decidiu ficar connosco e ser o cão maravilhoso que é.
Hoje e com quase 10 anos ele é o primeiro a pedir os comprimidos quando lhe parece que estou esquecida, senta-se ao pé do frigorífico a olhar, pois é de lá que tiro o queijinho onde envolvo a medicação. Ele próprio aprendeu a controlar-se nas brincadeiras, se a lareira estiver acesa ele não entra na sala porque lhe falta o oxigénio, enfim é fantástico ter este filho cão boxer.
Os meus filhos fazem o que querem dele, nós até costumamos dizer que, cá em casa os miúdos é que mordem nos cães!
Também é um bom guarda, está sempre vigilante, mas se vem alguém cá a casa é um “ melga”, mas só sai quando nós acompanhamos à porta, caso contrário não sai.
A esta altura posso constatar de que os boxeres são realmente maravilhosos, tudo o que li e o que pessoas entendidas na raça me disseram é a mais puríssima verdade. Tanto assim é que há 2 anos e meio que tenho a Jenifer de Rasek, uma linda boxer de quase 40 kg. e há 1 ano que tenho o meu lindo e carinhoso Kaiser de los Tomeguines . Cada um com o seu temperamento, personalidade e manias, todos diferentes mas todos iguais.
Todos circulam livremente pela casa e se me descuidar com a porta do quarto aberta fico sem lugar na cama. Como o Bóris sempre tem dormido no quarto, tive de pôr as camas dos outros também lá. Umas vezes ficam no sofá da sala e só de madrugada é que vão para cima, é rara a manhã que não acordo com 1 , 2 ou 3 boxeres na cama.
Entretanto por amor à raça que tanto me tem dado, tornei-me madrinha do Boxer Rescue Portugal, neste momento tenho também a Alaska cá em casa, resgatada há quase 7 meses do canil municipal do qual também sou voluntária. A Alaska é uma boxer idosa (mas muito charmosa ), cerca de 9 ou 10 anos, mas em muito boa forma apesar de ter sido abandonada e ter vivido algum tempo no canil.
Embora não a possa ter junto aos outros 3 pois não se dão, é uma cadela fabulosa em comportamento. Sinto a cada dia que passa que ela está feliz cá em casa e agradecida pela oportunidade de ter saído do canil. Também já resgatei outros boxeres do canil , uns foram adoptados por amigas minhas outros seguiram para o BRP, Paraíso dos Boxeres.
Quanto ao meu primeiro boxer, o Bóris, a doença deixou de ser um problema, ele tinha de ser o meu filho cão !
Mais que um cão , mais que um boxer ele foi e é uma dádiva de Deus!